"OS HOMENS PASSAM. A MEMÓRIA ESQUECE, MAS A SAUDADE E A LEMBRANÇA CONTINUAM."
- Século XI - Pedrouços tinha o estatuto de cidade;
- 1440 - Pedrouços foi incluída na freguesia de Águas Santas;
- 1743 - Foi edificada a capela em honra de Nossa Senhora da Natividade;
- 1928 - A capela foi oficializada pela autoridade eclesiástica da Diocese do Porto, passo importante para a criação da freguesia civil;
- 1930 - Introduziu-se a eletrificação sobretudo para a iluminação das ruas;
- 14 de junho de 1980 - Após anos de luta para a sua desagregação da freguesia de Águas Santas, a comissão de moradores de Pedrouços fez a entrega do projeto de elevação de Pedrouços a freguesia, ao deputado da Assembleia da República Dr. António Mota que por sua vez o entregou na Assembleia da República;
- 09 de julho de 1985 - Foi elevada a freguesia pela Lei-91/85, publicada no «Diário da República» em 4/10/1985.
- Julho de 1986 - Todo o processo ficou concluído e foram inscritos 8.437 eleitores nos cadernos eleitorais.
Personalidades
Nascido por volta de 1079 foi uma verdadeira lenda viva de dedicação à pátria. A sua imagem e a sua memória transmitem um enorme incentivo à luta pelas causas justas de todas as gerações.
A sua bravura e carácter forjaram grande afinidade espiritual com D. Afonso Henriques. Juntos, lutaram para formar um reino independente, como o moço infante teria aprendido de seu Pai, o Conde D. Henrique. Primeiro contra sua mãe D. Teresa, próxima dos castelhanos, depois contra hegemonias religiosas, depois ainda contra os infiéis, ao sul do País. Terá sido a vontade férrea de Gonçalo e suas inúmeras e épicas conquistas no campo de batalha que acabaram por lhe granjear o cognome de «O Lidador».
Tempos depois, quando o primeiro Rei já estendia a sua missão de conquista às planícies alentejanas, e os portugueses se internavam pelos confins da “província de Alcácer”, Gonçalo Mendes da Maia, verdadeiro «adiantado» de Afonso Henriques, empunhava pela última vez a sua espada e fazia a sua última investida contra o inimigo, teria 95 anos de idade.
Uma narração do Nobiliário do conde D. Pedro, apesar de cheia de temerosas dificuldades e de não poucos absurdos, fê-lo passar à imortalidade como protagonista de uma célebre acção guerreira junto a Beja, contra o rei Almoleimar. Era «a morte do Lidador», fixada para a posteridade, entre outros, por Herculano. D. Soeiro Mendes da Maia, ” O Bom”;
D. Gonçalo Mendes da Maia, "O Lidador"
Foi Arcebispo de Braga entre 1128 e 1138.
D. Afonso Henriques nomeou-o Chanceler por diploma de 27 de maio de 1128.
Em 1120 foi nomeado legado papal para Compostela e Braga. No ano seguinte recusa-se a assistir ao sínodo convocado por Gelmires. O Papa reconhecendo o melindre da situação retira Braga da legacia de Compostela.
Em 1126 a Santa Sé expede uma bula a Gelmires onde excomunga Dª Teresa por aprisionar o Arcebispo de Braga. É assim que Paio consegue do papa a autoridade sobre Viseu, Lamego e Idanha, todas da província de Mérida.
Em 27 de Maio de 1128 o Arcebispo e o Infante lavram em Braga um importante documento. O Infante promete ao Arcebispo direitos sobre várias vilas e lugares, diversas isenções e alguns importantes privilégios, «logo que obtiver o governo de Portugal». Contrapartidas, afinal, que se deviam à ajuda que D. Afonso Henriques receberia do Arcebispo. Os acontecimentos precipitam-se e em 24 de junho terão o seu momento decisivo. As forças leais a Dª Teresa encontram-se com as forças do Infante e do Arcebispo nos Campos de S. Mamede. As forças do Infante, comandadas por Gonçalo Mendes, saem vencedoras da contenda.
Paio Mendes foi assim um elemento decisivo na subida ao trono de D. Afonso Henriques e certamente o seu grande estratega no que respeita à política externa.
D. Paio Mendes da Maia, " O Arcebispo"
Filho de Mendo Gonçalves da Maia, 3º senhor da Maia, foi um homem rico, membro da linhagem dos Maia e um dos mais importantes do Condado Portucalense na Idade Média. “O mais poderoso e mais nobre de todos os portugueses” (Prepotens et nobilissimus omnium Portugalensium), como se refere um documento do Mosteiro de Santo Tirso. Foi o protector de Teresa de Leão e o mais categorizado auxiliar de Henrique de Borgonha.
Em reconhecimento pelos seus bons serviços, em 23 de novembro de 1097 o conde Henrique doou-lhe o couto de Santo Tirso que em 23 de março de 1098 Soeiro doou, com suas porções da igreja e do mosteiro de Lavra, a terça parte do seu gado e outras propriedades ao abade Gaudimiro do Mosteiro de Santo Tirso pela salvação da sua alma. Acompanhou ao conde Henrique a Sahagún e em 1103 governou o Condado durante a ausência do conde assim como várias terras. Soeiro morreu entre 1103 e 1108.
Pelo papel desempenhado nessa batalha, D. Afonso Henriques dividiu as «Terras da Maia» em três condados, entregando:
– Maia – a D. Gonçalo Mendes da Maia
– Castêlo – a D. Soeiro Mendes da Maia
– Águas Santas – a D. Paio Mendes da Maia
Desde essa data e até ao ano de 1985, a população de Pedrouços pertenceu à Freguesia de Águas Santas. Pedrouços ainda é a mais jovem e a segunda maior freguesia das 10 que integram o concelho da Maia.
D. Soeiro Mendes da Maia, " O Bom"
Era um homem bom, afável, excelente conversador, normalmente de barba por fazer, e com dedos e bigode queimados pelo cigarro. Este ilustre Pedroucense foi, além de lavrador, um verdadeiro pioneiro da lavoura
moderna, não só na Maia como no Norte, introduzindo na agricultura desta região novas técnicas de cultura e modernos instrumentos agrícolas.
Espírito culto, dedicava-se à leitura com o mesmo fervor que ao amanho da terra. Foi grande obreiro de importantes exposições, entre as quais a 1ª Exposição do Milho, realizada no Porto em 1929 e a Grande Exposição Agrícola no antigo Palácio de Cristal portuense em 1937.
Foi membro activo da Junta de Província do Douro Litoral, da Junta Nacional dos Produtos Pecuários, da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes e da Comissão de Silos do Norte, entre outras instituições.
Foi vice-presidente do Senado (órgão autárquico entretanto extinto) entre 1915 e 1921.
Chefiou os destinos da Câmara Municipal da Maia entre 1922 e 1923 e novamente entre 1941 e 1944.
Por tudo isto o Governo da Nação, consciente da valia da sua obra, condecorou-o com a Comenda da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial.
À sua morte, o seu amor pela Maia foi perpetuado graças ao legado de todos os seus bens ao concelho, através da Câmara Municipal.
Augusto Simões Ferreira da Silva
De seu nome completo Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues, nasceu em Lourenço Marques a 9 de
novembro de 1918. Aos 10 anos veio com a mãe para o Porto e depois para a Maia, tendo frequentado os estudos
secundários no Liceu Alexandre Herculano e ingressado na universidade. Em 1942 publica Esboço, um livro de
poesia que constitui a sua primeira obra editada.
Em 1946 sai Estrada Nova – Caderno de Poemas (com a particularidade de a capa ser de Júlio Pomar) e que teve
muita aceitação pelo público e pela PIDE, já que esta a apreendeu pouco depois de publicada. Começa aqui uma
espécie de jogo do gato e do rato, infelizmente comum à época, entre publicação e apreensão.
À escrita, ao ativismo político e à intervenção cívica junta-se a atividade cultural, tendo sido, por exemplo,
colaborador das revistas Seara Nova e Vértice e dirigente do Círculo de Cultura Teatral do Teatro Experimental do
Porto.
Em 1962 publicou A Menina Gotinha de Água, livro de literatura infantil que se constitui no seu maior êxito
editorial, e que é uma das grandes responsáveis pela renovação deste género literário, sobretudo da sua função
educativa. Abriu as portas a uma plêiade de escritores para público infantil de muito mérito.
Entre outros livros, distribuídos pela Poesia, pela Dramaturgia e pela Ficção, publicou: Mãe Terra (poemas, 1948);
As Florestas e os Ventos – contos e poemas (1952); A rosa nocturna (crónicas, 1961); A ave sobre a cidade
(poemas, 1973), O rio na Treva (romance, 1975) e A Memória com Passaporte: Um tal Perafita na ‘Casa del Campo’
(memórias, 1998).
Para a infância e juventude escreveu ainda: Luisinho e as andorinhas (1977), O grande lagarto da pedra azul (1989)
e A Viagem de Alexandra (2008).
Morreu em Pedrouços, a 5 de dezembro de 2012.
Papiniano Carlos
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